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Dorival Caymmi “ajuda” o mercado de seguros

Neste ano glorioso de 2014, comemoramos em 30 de abril o centenário de Dorival Caymmi, que nos deixou mais pobres em 16 de agosto de 2008. E não há política pública ou qualquer outra ação que repare essa perda.


Caymmi foi um excelente exemplo de qualidade e eficácia profissionais. Suas composições são extremamente complexas na simplicidade. Econômicas na quantidade de palavras, mas repletas de lirismo e profundidade. Por isso, sempre foram direto ao ponto, sem desperdícios, tornando-se para sempre um modelo a ser seguido por todos os brasileiros. Não vemos no horizonte ninguém no Brasil que possa ocupar seu lugar. Quem pôde desfrutar de seu trabalho deve se considerar um agraciado por Deus. Felizmente, seus filhos têm levando adiante sua bandeira.

Podemos dizer que o mercado de seguros “vende” tranquilidade e segurança a seus clientes, permitindo que reduzam os impactos financeiros das incertezas em suas vidas pessoais ou profissionais.

Como isso é feito? Através de textos. O mercado entrega a seus clientes apólices, certificados e outros documentos, uma vez que o negócio tem suas formalidades. Por isso, há leis e outras normas regulando a atividade, garantindo o correto atendimento aos segurados.

Quando falamos em textos, vemos que Caymmi tem muito a contribuir para nosso trabalho, pois ele transmite em suas canções mensagens claras e compreensíveis.

É verdade que universalmente a indústria do seguro é criticada e, até mesmo, alvo de zombarias por suas famosas “letrinhas miúdas” e pelo uso de jargão próprio, conhecido por “segurês”.

A necessidade de textos claros surge logo no início do processo de apresentação e negociação para contratar um seguro.

Quando um corretor de seguros envia uma correspondência, tem de estar atento à qualidade de seu texto, pois, necessita passar uma mensagem clara, dando ao destinatário segurança e eliminando suas dúvidas. Nesse processo além da clareza, a qualidade gramatical e o uso de palavras corretas são fundamentais.

Em outras palavras, o segurado precisa entender o que comprou. O que cobre! O que não cobre!

Isso significa que deve haver um treinamento muito forte para os colaboradores tanto de corretoras, como de seguradoras, para que desempenhem suas funções com eficiência e eficácia.

Infelizmente, situações simples, muito comumente, podem se transformar em grandes confusões pela baixa qualidade de textos nas mensagens trocadas entre os agentes do mercado, entre si e com os segurados.

Indo mais além, essa ajuda de Caymmi se torna ainda mais vital para o mercado crescer, por meio do maior conhecimento das pessoas sobre os benefícios e vantagens do investimento em seguros.

Para finalizar, brindo meus pacientes leitores com o texto de uma cláusula de apólice de Responsabilidade Civil Profissional:


Serviços de Avaliação de Bens

Resultante de, baseada em ou atribuível a qualquer avaliação de bens móveis ou imóveis;

No entanto, esta exclusão não se aplica as Perdas decorrentes de qualquer Reclamação relacionada a avaliação de comparação do mercado, estimativa e parecer do valor de venda ou compra de quaisquer desses bens móveis ou imóveis; desde que tal estimativa e parecer:

(i) seja por escrito; e

(ii) especifique que não é uma avaliação de bem; e

(iii) não tenha qualquer relação com um empréstimo ou uma concessão de crédito.

(Fonte: Reprodução do texto como enviado pela seguradora)


Isso posto, além de Caymmi, temos outro baiano como exemplo útil: Odorico Paraguassu! Neste caso, mesmo sendo agradável e divertido, não serve para nossa atividade.


Carlos Barros de Moura

Graduado em Administração de Empresas pela FGV, com curso de planejamento econômico pela Universidade de Harvard (EUA). Diretor e Consultor Sênior da Barros de Moura & Associados, diretor Secretário da APTS, membro da ANSP e diretor da Associação Comercial de São Paulo

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