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Resseguro brasileiro tem espaço para crescer

Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro discutiu diversas oportunidades.

“A saúde do mercado de seguros e resseguro é fundamental para garantir o bom funcionamento da economia de mercado”, disse o titular da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Caio Megale, durante a abertura do 8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, realizado nos dias 8 e 9 de abril, com a presença de cerca de 750 profissionais. O evento foi organizado pela Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber) e Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), com apoio institucional da Escola Nacional de Seguros (ENS).


Já o presidente da Fenaber, Paulo Pereira, citou fatores que podem contribuir para a expansão do setor, como os riscos cibernéticos, a aprovação da nova Lei das Licitações e a simplificação regulatória. “Enquanto os resseguradores locais pagam no Brasil 40% de imposto e contribuição social, além de PIS e Cofins, o americano paga 34%, o suíço e o alemão pagam 30%, o inglês paga 20%, o irlandês paga 12% e o de Bermudas, zero”.


Leandro Fonseca da Silva, diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS), disse que o financiamento da saúde é um grande desafio, devido à escalada de custos no Brasil e no mundo. Ele apontou o resseguro como um caminho para enfrentar e superar esse entrave. O CEO de Resseguros da Swiss Re, Moses Ojeisekhoba, destacou oportunidades no Brasil em relação à produção agrícola, que tem potencial de demanda de US$ 200 bilhões para a indústria de seguros.


Para ele, a tecnologia é uma aliada da indústria para aumentar a penetração de produtos na sociedade. "A brecha de proteção só será reduzida com acessibilidade ao seguro, melhoria na distribuição e oferta de produtos que caibam nos bolsos dos segurados. É preciso ver a questão da facilidade e praticidade do produto, como é feito o pagamento do sinistro. Tenho certeza de que a tecnologia é a chave para fazer isso".


Comparando aos Estados Unidos, que têm alta penetração de seguro de vida e de responsabilidade civil de automóvel, o Brasil fica aquém, segundo Rodrigo Botti, da Terra Brasis Resseguros. "No Brasil, temos o DPVAT, que apesar de funcionar bem, não tem nenhuma proteção adicional privada. Além disso, a proteção a acidentes de trabalho provém do sistema público e não do setor privado".


Já em relação ao Canadá, que tem números próximos em termos de prêmio, o mix de vida e o de RC de automóvel são maiores que os do Brasil. Por outro lado, o mercado de saúde brasileiro é proporcionalmente maior." Botti também citou o potencial de microsseguro no Brasil, que segundo ele, é enorme. “O setor de seguros tem grandes oportunidades".


Antonio Trindade, CEO da Chubb e presidente da FenSeg, falou sobre o que é preciso fazer para aumentar a cultura de seguros no Brasil. "Primeiro devemos olhar para a educação. A falta de renda também é um fator limitador. Outro ponto é a questão regulatória. No Brasil, é complicado aprovar produtos, o que acaba restringindo seguradoras na oferta de produtos para nichos".


Embora a A.M. Best tenha classificado o mercado brasileiro de resseguros em perspectiva negativa em seu mais recente relatório, de dezembro de 2018, o analista sênior Guilherme Simões avalia que "o pior já passou" e tudo indica que as condições macroeconômicas no país estejam caminhando na direção correta, embora que de maneira vagarosa. “As reformas, se realizadas, podem facilitar o crescimento no longo prazo e impulsionar a confiança interna e externa no país", disse ele no segundo dia de evento.


Com informações da CNseg


Matéria extraída da revista APTS edição 132/133. Veja o PDF. Leia online.

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