top of page

Como as seguradoras combatem as fraudes

Pesquisa identifica as fraudes mais comuns e como as empresas estão se protegendo.


As fraudes são um grande problema para a indústria de seguros, pois, além de impactar nos resultados das companhias, também provocam aumento de prêmios. Pesquisas internacionais apontam que por volta de 11% a 15% das indenizações pagas têm algum tipo de irregularidade. No Brasil, de acordo com levantamento da CNseg, em 2013, por volta de R$ 2,1 bilhões das indenizações tiveram algum tipo de suspeita de irregularidade, o que representa 9% do total dos sinistros. As fraudes comprovadas (sem considerar previdência, saúde e capitalização), somaram R$ 448 milhões em 2014 (1,7% dos sinistros avisados), em 2013, R$ 350 milhões (1,5%) e em 2012, R$ 340 milhões (1,2%).


Em pesquisa inédita sobre fraude, o SAS, empresa que atua na área de soluções analíticas, voltadas para a inteligência do negócio e gerenciamento de dados, estudou 17 companhias de seguros brasileiras. O estudo, cujo foco foi o mercado automotivo, durante o primeiro semestre de 2015, teve o objetivo apurar quais são as práticas mais comuns de fraudes, abusos e desperdícios, além de avaliar o atual uso das diversas estratégias e tecnologias empregadas na prevenção.


Contrariando os dados do setor de seguros, que mostram um decréscimo na atividade fraudulenta, a pesquisa do SAS constatou um sentimento de crescimento na atividade: 59% responderam que as suspeitas aumentaram. A pesquisa observou que os programas de prevenção a fraudes evoluíram e estão mais sofisticados e eficientes. Também os times de Investigação Especial têm se tornado cada vez mais importantes no processo de garantir o correto pagamento de sinistro. Já a tecnologia assumiu papel essencial para detectar fraude e agilizar a investigação e liquidação de sinistros.


As seguradoras, por sua vez, cada vez mais estão entendendo a importância de se investir em tecnologia que lhes traga um resultado financeiro positivo nos processos. As atuais técnicas e estratégias utilizadas na identificação de irregularidades vão das mais simples (100% reativas – confiando apenas no sentimento individual do analista de sinistro) às mais sofisticadas (utilizando modelos de “Machine Learning” e “Analytics”).


Descobertas da pesquisa SAS:


● 59% das empresas possuem alguma tecnologia de prevenção a irregularidades no sinistro, porém menos da metade está utilizando tecnologias no processo de aceitação;

● 71% das empresas utilizam seus sistemas atuais há mais de cinco anos, porém são sistemas baseados em regras.

● 100% das empresas ainda confiam no sentimento do analista de sinistro para referenciar um caso para sindicância;

● O principal benefício percebido em se ter um sistema de prevenção a irregularidades é não incomodar os clientes honestos;

● O principal desafio em implantar um sistema mais moderno está na falta de recursos (Financeiros ou de TI).


Fraudes e irregularidades são passíveis de ocorrerem ao longo de todo o ciclo de vida do seguro: na cotação, na vistoria, nas alterações da apólice (endossos), na comunicação do sinistro, em relação aos envolvidos, nos orçamentos, nos pagamentos, entre outras. As seguradoras também estão buscando se proteger de perdas relacionadas à “Lavagem de Dinheiro” (por demanda regulatória), Fraude Interna e Crimes Cibernéticos.


Para evitar a fraude, as seguradoras estão cada vez mais preocupadas em “escolher” corretamente o cliente em seu processo de subscrição (41% das respostas). Isso é motivado principalmente pelo sistema judiciário que, por muitas vezes, protege um possível fraudador (se passando por vítima). Porém, o caminho ideal seria começar analisando as fraudes nos sinistros (59% das respostas), para aprimorar o conhecimento e, então, retroalimentar essa informação no processo para prevenir a entrada de fraudadores.


Apesar da crise econômica, somente 6% das empresas esperam diminuir seus orçamentos nesta iniciativa e quase um quinto esperam aumentar os investimentos em tecnologias que propiciem prevenções mais assertivas. Estudos similares, realizados em 2014 em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, mostraram que 71% das seguradoras já possuem sistemas avançados de prevenção a fraudes em sinistros e, agora, começam a migrar para a prevenção de fraudes na subscrição (33%).

bottom of page