Em 40 anos de atuação na corretagem de seguros, o atual vice-presidente do Sincor-SP, Boris Ber, esteve sempre pronto a colaborar para o desenvolvimento e consolidação da categoria.
A vida tem pregado peças interessantes na vida do corretor e empresário paulistano Boris Ber. Desafios surgiram em quatro décadas de profissão – e mesmo quando, ainda muito jovem, assumiu responsabilidades. Nada abalou sua autoconfiança ao encarar situações que poderiam causar medo a quem prefere levar uma vida apenas confortável. Hoje, aos 61 anos, ocupando a vice-presidência do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), ele recorda episódios de sua trajetória com um misto de orgulho e saudade.
De origem judaica, Boris concluiu o antigo primário no Colégio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem e o ginásio no Colégio Renascença. Morou até 1974 no bairro do Bom Retiro. Seu pai nasceu no Brasil e os avôs são naturais de Berasabia (região do Leste Europeu, fincada entre a Moldávia, Ucrânia e Romênia). Sua mãe é polonesa naturalizada brasileira. Os avôs maternos são da região de Opole (sul do país). Enfim, uma família com história e tradição transmitidos ao menino Boris que cresceu aprendendo a valorizar cada momento da vida.
Nos anos 70, Boris formou-se em administração de empresas pela PUC de São Paulo. Os desafios começaram antes mesmo do bacharelado. A primeira experiência foi interessante – cumpriu estágio na Fepasa, a antiga Ferrovia Paulista, e atuou como monitor no Telecurso 2° Grau. Mas, após algum tempo, surgiu um segundo desafio. Seu pai o convidou para montar uma cozinha industrial em Guarulhos. Aos 20 anos!
O rapaz fazia várias compras no Ceasa e carregava pesadas caixas de legumes, verduras e frutas. Estruturou bem a cozinha e conheceu executivos e diretores de grandes empresas. Talvez não soubesse, mas, a partir daí, começaria a pavimentar sua migração para o setor de seguros, incentivado pelo corretor Paschoal de Marques. “Em 1979, iniciei minhas atividades na Shilton Corretora de Seguros. Vivi um período fantástico de crescimento profissional”, recorda Boris.
Além do trabalho de corretagem, dedicava-se a atividades comunitárias. Foi diretor do Colégio Bialik e presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). Atualmente é membro do conselho consultivo da federação e diretor da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Na estrita acepção da palavra, Boris é um ativista comunitário. Orienta projetos e participa de ações de interesse da sociedade.
Suas influências
Em 1982, ele e Paschoal fundaram a Asteca Corretora de Seguros. Neste e em outros desafios, Boris sempre teve o apoio da família. É casado há 34 anos com a miniaturista Thaís e pai de Renato, 32, e Fernando, 28. Ambos trabalham na corretora - o primeiro é responsável pela Autoridade de Registro e o outro comanda a área comercial. Naquele ano, ele conheceu o saudoso João Leopoldo Bracco de Lima, ex-presidente do Sincor-SP. “A trajetória de João Leopoldo é um exemplo a ser seguido”, diz.
Em 89, Paschoal o levou a frequentar as reuniões do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP). A amizade com João Leopoldo se fortaleceu. Entre uma reunião e outra, conheceu mais uma figura célebre, a do também ex-presidente do Sincor-SP, Leoncio de Arruda. A aproximação com João Leopoldo e Leoncio foi fundamental para ele atuar no sindicato. Seu registro na entidade é de 24 de outubro de 1981.
“Fui diretor de marketing do Sincor entre os anos de 2004 a 2006. Já no Clube dos Corretores, ocupei a presidência entre 2006 e 2008”, conta Boris. Nessas entidades, trabalhou bastante. No sindicato, por exemplo, ele lembra que ajudou muito na organização do Congresso dos Corretores (Conec) e colaborou em várias ações na área de comunicação. Não demorou muito para receber um convite tentador.
Programa Seguro
Em 2008, Leoncio apresentava na TV Gazeta o Programa Seguro, sempre exibido aos domingos, às 20 horas. Leoncio, que em 2011 estava com a saúde debilitada, o convidou para ser um dos âncoras. “Quando ele passava por sessões de quimioterapia, muitas vezes não se recuperava a tempo para as gravações. Então, eu e o Pedro Barbato Filho (presidente da Camaracor-SP e radialista) apresentamos alguns programas. Mas, no final de 2011, ele faleceu”, relata.
No final do contrato, firmado entre o filho de Leoncio, Cristiano Arruda, e a TV Gazeta, a produtora Karina Mothio insistiu para que Boris continuasse com o projeto. A emissora deu sinal verde e os patrocinadores aprovaram o formato. O contrato foi prorrogado por mais seis meses. O sucesso foi imediato e o programa continuou. Em 2012, Boris assumiu a coordenação-geral. O formato passou por algumas mudanças, “mas o estilo e o espírito continuam os mesmos”, garante o apresentador. Em janeiro último, Boris completou três anos no comando da atração. Uma homenagem prestada pelo programa ao criador, Leoncio de Arruda, foi levada ao ar no dia 8 de fevereiro.
Eleição
Em meados de 2013, Boris tinha a consciência de que já havia contribuído muito com as entidades de classe, sobretudo com o Sincor-SP. Contudo, o seu trabalho ganhara uma dimensão muito grande de tal forma que foi convidado por três colegas para um almoço, cujo cardápio principal era a eleição para o sindicato. Segundo o corretor, ele e um grupo de profissionais estavam insatisfeitos com a atual diretoria e seu estilo de trabalho. O nome do próprio Boris foi proposto para candidato de oposição à presidência. No entanto, ganhou força o nome de Alexandre Camillo, então comandante do CCS-SP.
“Camillo fez um excelente trabalho à frente do Clube. Conversei com ele várias vezes sobre a situação da categoria e o panorama do mercado. Sem dúvida foi o candidato que precisávamos”, comenta. Assim, Boris e um grupo de corretores iniciaram o movimento “Sincor Por Todos”, que durou 14 meses. Uma campanha exaustiva que incluiu visitas em todas as cidades onde a entidade tem regionais instaladas. As propostas do movimento foram bem aceitas pela maioria dos profissionais. O resultado surgiu nas urnas, com a vitória da chapa encabeçada por Camillo.
Em momento algum Boris desejou ocupar cargos. “Sou franco: eu não aspirava à vice-presidência. Participando como assessor ou colaborador, estaria satisfeito”, diz. Mas o seu nome foi referendado como vice. Na divisão de atribuições, Boris ficou responsável pela área de comunicação devido às valiosas experiências acumuladas nos últimos anos. Seu plano de gestão é calcado no binômio “transparência e profissionalização”. “Queremos que o Sincor-SP seja fonte dos grandes veículos de comunicação”, revela. Boris também quer empreender um trabalho vigoroso de aproximação com entidades importantes como o Sescon, Sindseg-SP, Associação Comercial, Fenacor e CNseg. Há outras metas a serem cumpridas e a vontade de realizar todas elas. Nada demais para um homem que adora desafios.
Fonte: Revista APTS Notícias - ed. 113