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Transformação digital muda o foco do seguro


Seguradoras estão dispostas a usar a tecnologia para oferecer nova experiência de consumo aos clientes.


A chegada de insurtechs ao setor de seguros não trouxe apenas modernidade, agilidade e novas soluções, mas também uma significativa mudança de foco. Se até poucos anos atrás, o foco era o desenvolvimento do melhor produto, hoje, o que importa é o cliente. Proporcionar novas experiências de consumo aos clientes parece ser o diferencial que a maioria das seguradoras procura. O Relatório Mundial InsurTech 2019, divulgado pela Capgemini e Efma, em outubro, descreve um novo ecossistema de seguros como um mercado aberto, baseado no desenvolvimento de novas experiências centradas no cliente.


Dentre as quatro mudanças fundamentais que estão em curso no mercado global de seguros, de acordo com o relatório, uma se refere à mudança de foco do produto para a experiência do cliente. Na pesquisa com 75 executivos de 20 países, incluindo o Brasil, 70% disseram que o foco em soluções holísticas de risco para os clientes era fundamental para estabelecer o mercado de seguros no futuro. As demais mudanças são: evolução do uso de dados; economia compartilhada; e parcerias entre seguradoras e insurtechs.


A virada de chave no seguro também é assimilada pelo mercado brasileiro. Durante o evento Agenda Digital – Tecnologia no Universo do Seguro, realizado pelo Sincor-SP, em julho, o coordenador do Comitê de Inovação, Marcelo Blay, afirmou que independentemente das tecnologias usadas pelas empresas, o cliente nunca deve ser esquecido. “O cliente quer velocidade e qualidade no atendimento. Não somos mais comparados com os concorrentes do setor, mas com Netflix, Google, Apple. O consumidor quer ser atendido com a mesma qualidade”, disse.


As novas soluções de mobilidade estão impulsionando a mudança nas seguradoras, seguindo cinco tendências mundiais: conectividade, compartilhamento, veículos autônomos, veículos elétricos e pessoas no centro. Na 2ª edição do HDI Talks, realizado no final de setembro, no Distrito Fintech, hub de inovação em São Paulo (SP), Fábio Leme, vice-presidente Técnico da HDI Seguros, destacou o papel das seguradoras tradicionais de alavancar discussões sobre novos modelos de negócios, que acompanhem a forma como as pessoas estão se relacionando com produtos e serviços.


“Não podemos olhar apenas para a proteção de um automóvel, embora essa proteção vá continuar existindo. Precisamos estar preparados para proteger as pessoas durante suas jornadas de acordo com as formas de mobilidade escolhidas por elas”, afirmou. Para Ana Luiza Dal Pian, gerente de Produtos na HDI Seguros, a quantidade de dados disponíveis favorece outras formas de contratação de seguros. “Temos que pensar cada vez mais no seguro da pessoa e não do bem, porque ela pode estar no metrô, na bike ou no carro e precisa estar protegida”, ressaltou.


Mas, migrar para uma visão mais centrada no cliente, usando a tecnologia a favor do consumidor, é um desafio tanto para o seguro brasileiro, como para o mercado global. No ITC Insuretech Connect, que reuniu no final de setembro participantes de mais de 60 países nos Estados Unidos, especialistas chamaram a atenção para a lentidão da indústria de seguros em direção à mudança de foco. “A indústria está se movendo, mas provavelmente não rápido o bastante”, afirmou Glen Shapiro, presidente da seguradora Allstate Personal Lines.


Fonte: Revista APTS Notícias (ed. 135/136) | Texto: Márcia Alves

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