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Evento do CVG-SP discute soluções para expandir seguro de vida

Especialistas analisaram soluções que passam por mais atrativos ao produto, melhorias na contratação, além do uso de tecnologias e pesquisas, entre outros.


workshop CVG-SP

O seguro de vida (planos de riscos) arrecadou em prêmios diretos R$ 34,5 bilhões em 2017, 10% a mais que no anterior, ultrapassando, pela primeira vez, o seguro automóvel, que atingiu R$ 30,6 milhões (até novembro), 7% a mais que em 2016. A importante marca foi comemorada por especialistas desse ramo, reunidos no workshop “Desafios dos seguros de pessoas na visão dos gestores de produtos”, promovido pelo CVG-SP, no dia 22 de março, em São Paulo. Porém, considerando que o seguro de vida ainda está longe de alcançar todo o seu potencial, os debatedores do evento trataram de discutir os caminhos para a expansão do ramo.


Embora o seguro de vida (individual e coletivo) corresponda à maior arrecadação do ramo (39,7%), segundo dados da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi), é também o que detém a maior sinistralidade (59,45%). Por isso, uma das questões que concentrou o debate foram os caminhos para melhorar a rentabilidade do seguro de vida, em especial o coletivo, que não está em um bom momento, segundo Tiago Moraes, gerente de Produtos de Pessoas da Tokio Marine Seguradora. “As seguradoras não estão tendo resultado e precisamos refletir sobre isso”, disse.


Para Cristina Vieira, gerente de Produtos de Vida e Previdência na Porto Seguro, a saída é tornar o produto mais atrativo, de forma que o preço não seja o único motivo para a aquisição. Já Luciana da Silva Bastos, diretora de Produtos Vida da Icatu Seguros e presidente do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), acredita que a mudança deve começar pelo processo de contratação do produto. “Deve ser mais fluído”, disse. Marcelo Rosseti, superintendente Executivo da Bradesco Vida e Previdência, concordou, acrescentando que também vale a pena aperfeiçoar a subscrição de riscos e reduzir os custos de distribuição.


Melhorar a experiência do cliente com o seguro de vida é um dos desafios para o setor, mas que pode ser superado com o uso da tecnologia, acredita Marcelo Rosseti. “Existem soluções para o segurado, como, por exemplo, o portal do cliente, em que ele pode acessar todas as informações do seu seguro”, disse. Nesse aspecto, Tiago Moraes lembrou que algumas empresas de seguros já utilizam o sistema push (aplicativo multiplaforma de mensagens instantâneas e entrega de serviços em dispositivos móveis, que junto com o recurso de geolocalização pode oferecer, por exemplo, seguro viagem ao indivíduo que acabou de chegar ao aeroporto), colhendo dados, inclusive nas redes sociais.


Entretanto, embora a tecnologia possa melhorar o experiencial do cliente, Tiago Moares reconhece que a sua eficácia esbarra na informação, ou seja, na falta de dados mais apurados. “Temos os dados, mas não sabemos como o cliente está. Por que não enriquecer a base dados com mais informações?”. Uma forma de coletar mais dados, segundo ele, seria por meio de aplicativos que também possam rentabilizar o produto seguro. “Aplicativos de vida mais saudável, que sugiram check up, por exemplo, podem transmitir algo bacana, tirando essa impressão de que o seguro é ruim”, disse.


Na visão de Luciana Bastos, as tecnologias já disponíveis deverão causar uma disruptura nos processos de seguro de vida. “Chegará o tempo em que a proposta será 100% digital, assinada eletronicamente”, disse. No entanto, ela considera que é preciso ouvir o cliente. “Temos de saber a perspectiva do cliente e do corretor para termos algo sustentável”, disse. Já Cristina Vieira observa que o setor precisa conhecer melhor quais são as necessidades dos clientes. Para tanto, sugeriu o uso de pesquisas. “Dessa forma, teremos a oportunidade de saber o que o cliente quer e o que pensa ao fazer um seguro de vida”, disse.


Texto: Márcia Alves

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