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Crise exige mudança de atitude dos corretores

Lideranças do mercado de seguros paulista alertam corretores sobre a necessidade de aproveitar as oportunidades.


Evaldir Barboza de Paula (CCS-SP), Pedro Barbato Filho (Camaracor-SP), Luis Ioels (Credicor-SP), Marcelo Guirao (UCS), Alexandre Camillo (Sincor-SP), Adevaldo Calegari (CCS-SP), Dilmo Bantim Moreira (CVG-SP), José Amélio de Souza (CCS-OR) e Osmar Bertacini (APTS) Crédito: Antranik Photos

O conturbado momento político e econômico do país motivou o Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) a convidar as principais lideranças do mercado de seguros paulista para analisar a situação e discutir saídas para a crise. O encontro aconteceu dia 7 de junho, no Circolo Italiano. “Precisamos definir um rumo, porque o cenário atual está muito complicado”, disse o mentor do CCS-SP, Adevaldo Calegari.


Osmar Bertacini, presidente da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), falou de sua experiência no enfrentamento a crises em mais de 50 anos de carreira. “Tenho certeza de que o setor superará as turbulências”, disse. Ele orientou os corretores a se anteciparam ao fim da crise. “Se soubermos aproveitar as oportunidades atuais, quando a crise terminar, estaremos um passo à frente”, disse.


Bertacini defendeu a valorização dos técnicos de seguro. “Apesar de não aparecerem, são estes profissionais que subscrevem os riscos, precificam, elaboram produtos e fazem a regulação de sinistros. Por isso, são essenciais para a sobrevivência e solvência das seguradoras”, disse. Ele encerrou sua participação, convidando os associados do CCS-SP a se associarem à APTS. “Com a participação dos corretores, poderemos resgatar o valor dos técnicos de seguro”, disse.


Para Alexandre Camillo, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), a instabilidade política do país traz reflexos também ao setor de seguros. Tanto é que existem, no momento, questões pendentes, como o seguro auto popular, que já foi lançado, mas ainda passará por reformulações; as revisões do DPVAT; o seguro obrigatório de danos causados por embarcações, o DPEM, que ainda não foi solucionado; e a autorregulação. Ele ainda acrescentou à lista de incertezas a eventual troca de comando na Susep no novo governo.


Camillo observa que, mesmo assim, a indústria de seguros cresceu 7% no primeiro quadrimestre, “um privilégio”, a seu ver, considerando que o país retrocedeu 5% no mesmo período. Em sua avaliação, os desafios se renovarão a cada dia, bem como as novas oportunidades. Na visão do dirigente, a corretagem de seguros está passando por um período de transição para a entrada em um novo ciclo. “Precisamos parar de sofrer, encarar o problema e nos adaptar”, disse.


O presidente do Clube Vida em Grupo São Paulo (CVG-SP), Dilmo Bantim Moreira, indicou o segmento de seguros de pessoas como opção rentável para os corretores de seguros. Ele destacou que a previdência privada será a alternativa mais viável no futuro para complementar a renda da população no período de aposentadoria, ou, talvez até, a única opção, considerando o estado de insustentabilidade da Previdência Social. A agravante, em sua avaliação, é a longevidade dos brasileiros.


“As pessoas estão vivendo mais e se aposentarão mais velhas, mas o Estado não terá mais como se autossustentar, pois a taxa de natalidade também está caindo. Portanto, a aposentadoria terá de ser a privada”, disse. Para ele, está na hora de os corretores oferecerem aos seus clientes de seguro automóvel ou de empresarial os produtos de seguro de vida, seguro saúde, previdência privada e a capitalização.


No encerramento do encontro, Calegari observou que o país já atravessou crises piores, como na época do governo Sarney, quando a inflação atingiu 86,4%, e que o mercado de seguros sobreviveu a todas. “Não existe instrumento no mundo que possa substituir uma apólice de seguro no momento em que uma vida é ceifada ou uma indústria pega fogo. Não tenho dúvida, vamos superar esse momento”, disse.


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