Bertacini prestigia entrega de título de “Notório Saber” para Ricardo Viveiros
Presidente da APTS esteve presente na cerimônia de condecoração realizada na Universidade Mackenzie.
Amigo pessoal de Ricardo Viveiros, o presidente da APTS, Osmar Bertacini, participou da solenidade de entrega do título de Doutor Notório Saber do Mackenzie, dia 3 de dezembro. O título outorgado ao jornalista e escritor, que comemora 50 anos de atividades em 2015, tem equivalência acadêmica de doutorado stricto sensu, na área do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura. O processo que homologou a concessão, permeado por rigorosas análises em distintas instâncias universitárias, teve a duração de oito meses, de fevereiro a outubro deste ano. Para a concessão de diplomas como esse, as universidade brasileiras, cada qual observando seus trâmites internos, devem obedecer ao disposto no artigo 66 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A proposta foi feita inicialmente pelo Professor Doutor Marcos Rizolli, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, em ofício, datado de 9 de fevereiro de 2015, ao Professor Doutor Marcelo Martins Bueno, diretor do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT). Este, um dia depois, encaminhou a propositura ao reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Professor Doutor Benedito Aguiar Guimarães Neto, que acolheu o pedido e nomeou comissão de acadêmicos de alto nível, para avaliar se Ricardo Viveiros tinha carreira, grau de conhecimento e atuação compatíveis com a envergadura do título.
Tal colegiado foi constituído por três professores doutores, nenhum deles, conforme norma vigente, com qualquer ligação ou conhecimento com o indicado:
Alexandre Huady Torres Guimarães, doutor e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), mestre na mesma área pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na qual leciona no Centro de Comunicação e Letras e coordena o Curso Letras Licenciatura e Letras Bacharelado.
Carlos Guilherme Santos Serôa da Mota, graduado em História, mestre e Doutor em História Moderna e Contemporânea e livre-docente pela USP e pós-doutorado pela Universidade Stanford, de New Jersey (EUA). Foi ainda, dentre outros títulos e trabalhos, membro do board do Programa de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Princeton, também em New Jersey, e diretor de Estudos da École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, na França. Publicou mais de 30 livros e ganhou o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo romance “Nada a dizer”.
João Baptista Borges Pereira, antropólogo e educador, professor emérito da USP, na qual também é doutor em Ciências Humanas. Conhecido por seus estudos sobre os imigrantes e os negros no Brasil, é presidente da Comissão Permanente de Políticas Públicas para a População Negra. Sua atuação lhe valeu numerosas condecorações.
Relevância na história da comunicação
A comissão de professores doutores aprovou a outorga do título a Ricardo Viveiros, enviando ao reitor, em 17 de agosto, a justificativa de sua decisão, na qual afirma: “O percurso profissional do jornalista e escritor, marcado pela pluralidade de interesses, pelo ativismo social, pelo empreendedorismo, pelo reconhecimento internacional, pela contribuição e pela relevância na história da comunicação brasileira, justifica e faz recomendar a Ricardo Viveiros a concessão do Título de Notório Saber pela Universidade Presbiteriana Mackenzie”.
O trâmite passou, ainda, em 19 de outubro de 2015, pelo parecer favorável do Professor Doutor Marcel Mendes, vice-reitor, designado relator do processo, ao Conselho Universitário, que aprovou a medida. Esse colegiado, instância máxima da universidade, é constituído por 31 membros. O presidente de honra é o chanceler, e o presidente é o reitor. Também são membros, o vice-reitor, os decanos, os diretores de unidades, representantes das congregações das unidades, do Instituto Presbiteriano Mackenzie (mantenedor da universidade), da comunidade, dos estudantes da graduação e da pós-graduação.
O sexto Doutor
Em 145 anos de sua existência, a Universidade Presbiteriana Mackenzie havia concedido o Título de Doutor Notório Saber a apenas cinco personalidades, em duas cerimônias distintas: na primeira, receberam o diploma, os arquitetos e urbanistas Pedro Paulo de Melo Saraiva, Sami Bussab, Antônio Carlos Sant´Anna Júnior e Nelson Carlos Lauson Dupre; na segunda, o Professor Luciano da Silva Amaro, membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas, eminente tributarista brasileiro e autor de livros sobre o tema. Agora, como o sexto Doutor Notório Saber, Ricardo Viveiros soma-se ao seleto grupo.
Outras homenagens
Além do título de Doutor Notório Saber do Mackenzie, Ricardo Viveiros recebeu homenagens e condecorações em 2015 pelos seus 50 anos de jornalismo: a Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), realizou sessão solene, em 30 de setembro, alusiva à comemoração com discursos de deputados federais de nove partidos; o Colar do Centenário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo lhe foi outorgado em evento no Comando Militar do Sudeste - Exército Brasileiro, ato oficializado pelo Decreto nº 38.950, de 26/07/1994, do Governo do Estado de São Paulo e registrado no Conselho Estadual de Honrarias e Mérito (Casa Civil), em 19 de agosto, em São Paulo (SP); e, também, foi homenageado, em 6 de setembro, durante o 38º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, pela Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) – Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) – UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no Rio de Janeiro (RJ).
Momentos de uma trajetória
RICARDO VIVEIROS de Paula, nascido no Rio de Janeiro (RJ) em 18 de março de 1950, é jornalista e escritor com passagem por importantes diários (Jornal do Brasil, Última Hora, Diário de São Paulo, Diário do Comércio e Folha de S. Paulo), revistas (O Cruzeiro, Vero, WTC News, Revista da Indústria, Vencer, Abigraf), emissoras de rádio (Nacional, Globo, Tupi, CBN, Jovem Pan e Bandeirantes) e de TV (Tupi, Excelsior, Record, Bandeirantes e Globo).
No final de 1968, por discordar da ditadura que se instaurou no Brasil em desrespeito à Constituição e, em especial, por ter participado ativamente do histórico ato popular que se seguiu ao assassinato, pela Polícia Militar, do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, no Rio de Janeiro, Viveiros é preso e torturado. Sob constante ameaça, busca o exílio. Nesse período sobrevive trabalhando como jornalista para agências internacionais e fazendo palestras em entidades e universidades. De volta ao Brasil, passa a residir em São Paulo, Capital, e retoma sua carreira. Participa ativamente dos movimentos “Diretas Já” e “Pró-Constituinte”.
Foi repórter, editor, diretor de redação, âncora, comentarista político e econômico, articulista e correspondente internacional, tendo participado de quatro guerras civis escrevendo para agências de notícias. Conhece 106 países em coberturas jornalísticas. Profere palestras no Brasil e no exterior. Escreveu inúmeros prefácios de livros, lecionou por 25 anos para cursos superiores de graduação e MBA em Comunicação, foi paraninfo e patrono de formatura de centenas de universitários por todo o País.
Trabalhando na cidade de São Paulo há 39 anos, sua corajosa atuação em rádios, jornais, TVs e revistas, sempre defendeu com independência e liberdade os interesses da população. Ricardo Viveiros atuou e segue atuando em diversas Ongs, nacionais e internacionais, sempre voltadas aos mais carentes. Seu trabalho nessa área valeu o seguinte comentário de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal emérito de São Paulo e líder pacifista: “Ricardo Viveiros visitou os pobres da periferia, andou pelas estradas duras da vida, conheceu as manhas dos grandes e a proposta de paz dos pequeninos. Portanto, possui uma presença, uma posição definida. É a de lutar, mesmo que muita gente considere ilusão sonhar com a fraternidade e a justiça.”
Recebeu a medalha da Organização das Nações Unidas (ONU) por um conjunto de matérias sobre “Direitos Humanos”, no Ano Internacional da Paz (1986). Participou, nesse mesmo ano, da Conferência Mundial de Mídia realizada pela Universidade Brahma Kumaris, em Nova Deli - Índia, como palestrante convidado. Ganhou duas vezes o “Prêmio Esso de Jornalismo” por trabalhos em equipe, além de dezenas de outras láureas e homenagens concedidas por instituições públicas e privadas brasileiras e estrangeiras.
Como empresário de Comunicação, fundou e dirige, desde 1987, a Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação, uma das maiores empresas no ranking brasileiro do setor. Durante nove anos, Viveiros foi o Jornalista-Chefe da Assessoria de Imprensa da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp/Ciesp (2004-2012), porta-voz e consultor de Comunicação da presidência das entidades.
Autor de 33 livros tem se dedicado, mais recentemente, à literatura infantojuvenil. Seu primeiro livro no gênero, “O poeta e o passarinho”, ilustrado pelo artista plástico Rubens Matuck, alcançou a 4ª edição em um ano e está sendo adaptado para o teatro, além de traduzido para o espanhol e o italiano. Viveiros tem obras em diferentes gêneros: história, reportagem, poesia, comunicação, arte, contos e biografias.
Em novembro de 2013, Ricardo Viveiros foi escolhido, em votação nacional promovida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), como “Comunicador Empresarial do Ano”. Trata-se do mais importante prêmio do setor no País.
Em fevereiro de 2015, sua empresa, a Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação, foi uma das 13 assessorias de imprensa do Brasil a conquistarem o “Selo de Confiança”, após pesquisa no mercado com base em metodologia científica da Harvard Business School, realizada pela revista “Negócios da Comunicação”.
Em novembro de 2015, Ricardo Viveiros passa a integrar o Conselho Científico do Portal CBC – Cartografia do Brasileirismo Comunicacional, um canal de difusão cognitiva e divulgação acadêmica mantido pela Cátedra UNESCO-UMESP de Comunicação e POSCOM / Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da UME-SP, em parceria com Intercom / Confibercom / Alaic / Ciespal.
Ricardo Viveiros é articulista, regularmente, em grandes jornais e revistas brasileiros. É membro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (Brasília, DF) e da Federação Internacional dos Jornalistas (Bruxelas, Bélgica).
É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e integra o seu Conselho Fiscal na atual gestão. É, ainda, membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da União Brasileira de Escritores (UBE). É membro eleito do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP). É membro da International Association of Art Critics (AICA), em Paris, França.
Ricardo Viveiros é casado com a jornalista e tradutora colombiana Marcia Cárdenas Viveiros de Paula. Teve três filhos, Ricardo Filho, Felipe e Miguel. Do seu primogênito, Ricardo Filho, teve três netos, Juliana, Lucas e Mariana. Ricardo Filho, que era artista gráfico (ilustrador e cartunista), morreu em 1996, aos 26 anos, junto com sua filha Mariana (então com apenas sete meses), vítimas de um desastre com carros em São Paulo. Um motorista alcoolizado avançou em alta velocidade um semáforo vermelho, colidindo violentamente com o carro de Ricardo Filho.
Sem nenhum instinto de vingança ou interesse de reparação financeira, por legítimo exercício da cidadania e busca de justiça, Viveiros lutou por mais de 15 anos até encontrar, levar à julgamento e ver condenado o responsável pelas mortes de seu filho e neta. Com essa atitude fundamentou a tese de que uma pessoa ao dirigir irresponsavelmente e causar mortes não se envolveu em um acidente, cometeu um crime e deve ser assim julgada e punida.
Fotos: Carlos Candido