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Economista sugere que seguradoras ajudem corretores a superar crise econômica

Para Francisco Galiza, seguradoras poderiam repassar parte de sua lucratividade aos corretores, já que “parceria” deve existir também em momentos difíceis.

Ao contrário dos corretores de seguros, que enfrentam retração nos negócios em meio à crise econômica, as seguradoras estão comemorando seus bons resultados. Até junho, o lucro do mercado segurador cresceu 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 8,5 bilhões para R$ 9,9 bilhões. Para o economista Francisco Galiza, sócio da Rating de Seguros Consultoria, é chegado o momento de as seguradoras “ajudarem” os corretores de seguros a superar a crise econômica.


Prevendo um ano ruim para a corretagem de seguros, Galiza defendeu que a parceria entre seguradoras e corretoras deve existir também em momentos difíceis. “As seguradoras poderiam repassar parte de seu lucro para os corretores”, sugeriu, durante sua participação em Palestra do Meio-Dia da APTS, no dia 19 de agosto, quando apresentou o tema “Tendências Econômicas do Mercado Segurador no Brasil”.


O economista apresentou argumentos consistentes para justificar a necessidade de apoio do mercado segurador aos corretores. Segundo ele, as corretoras de seguros geram em torno de 150 mil empregos, contingente maior que o das seguradoras, que empregam 27 mil pessoas. Galiza também alegou que, diferentemente das seguradoras, que podem obter resultado por meio de aplicações no mercado financeiro, os corretores têm como única fonte de renda as vendas. “Tem de haver parceria, as corretoras estão num mau momento e as seguradoras estão melhores”, reforçou.


Diversificar receita

Embora o mercado segurador tenha apresentado bom desempenho nos últimos doze meses até junho, grande parte desse resultado, segundo Galiza, se deve à receita do produto financeiro VGBL e da previdência privada. De acordo com dados da Susep, a receita total de seguros (sem Saúde) em 2015 foi de R$ 94,3 bilhões, contra os R$ 81,2 bilhões alcançados em 2014, o que representa uma variação de 16%. Entretanto, sem o VGBL e a previdência, a receita do setor foi de apenas R$ 46,1 bilhões até junho, registrando uma variação de 5%.


Desse volume, o melhor resultado foi o do seguro de pessoas, que obteve 9% de variação positiva, contra apenas 3% de ramos elementares. O economista destacou como ponto negativo o fraco desempenho de ramos elementares. Ele acredita que não será fácil reverter esse quadro, considerando o cenário de queda do PIB de quase 2% e, ainda, de redução de 20% nas vendas de automóvel.


Por isso, concluiu que os corretores devem investir na venda cruzada para reduzir a dependência do seguro de automóvel e diversificar sua receita. “Mesmo diante da situação econômica, ainda há possibilidade de desenvolvimento para os corretores de seguros. O sofrimento pode ser uma forma de aprendizagem importante”, afirmou.

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