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Artigo: "Pausa para reflexões"

Recentemente, na entrega de prêmios de uma importante revista do mercado de seguros, encontrei-me com um grande profissional de mercado. Trabalhando no Brasil há alguns anos, período em que se destacou como líder em empresas seguradoras, ele aceitou, há pouco tempo, o desafio de organizar corretoras de seguros em programa de colaboração e crescimento.

Na ocasião, perguntou-me qual era a minha visão do atual momento da atividade seguradora no Brasil e no mundo. Oportuna pergunta remeteu-me ao passado não muito distante, quando comecei a trabalhar na área. Naquela época, inicio dos anos 70, o mercado segurador brasileiro representava menos de 1% do PIB e as regras eram ditadas por normas e tarifas controladas à mão de ferro. Os resultados para as seguradoras eram satisfatórios e os custos administrativos aproximavam-se de 25%.

Desde então, com muito trabalho, esforço e dedicação quase todos os processos foram revistos, bem como os custos e a forma de comunicação e de fechamento de negócios. Também se deve considerar a evolução do consumidor, na forma, no interesse e, principalmente, na melhor adequação aos riscos.

Foi assim que, depois de um breve retorno ao passado, retomei o tema, já com uma visão mais abrangente do presente.

Notadamente, o crescimento nos últimos anos foi espetacular, muito acima das melhores e mais otimistas projeções. Trouxe também uma variada possibilidade de realização de negócios, canais alternativos, complementos contratuais, necessidades diversas de proteção, equilíbrio e harmonia relacionadas a bens e pessoas nos mais variados aspectos. É preciso considerar, ainda, a grande evolução dos corretores de seguros em conhecimento, profissionalismo e lideranças. Destaque especial às entidades do mercado pelo magnífico trabalho de divulgação e proteção dos interesses.

Sem dúvida, a qualidade de vida, ascensão social, melhoria da renda, melhor nível de conhecimento e informação ajudaram muito. Porém, olhando as possibilidades no presente, destaco: quanto da frota de veículos possível de ser segurada tem seguro? Quantas vidas estão cobertas por planos de seguro? Previdência e complemento de renda praticamente inexploradas para conquistas, seguros residenciais, planos educacionais, seguros empresariais e por ai vai...

O Microsseguro ainda é ilustre desconhecido e o seu desenvolvimento é questionado por especialistas.

Feitas estas considerações, já posso responder ao questionamento do meu ilustre amigo, dizendo que, apesar da ameaça de recessão ou desequilíbrio econômico no Brasil e em alguns outros países, devemos e podemos manter o otimismo, considerando todas as oportunidades que destacamos.

Atender a essa demanda de forma objetiva, além de resultar em melhoria das condições sociais no país, nos colocaria em destaque no cenário econômico brasileiro.

Ainda teremos muito trabalho pela frente, principalmente na divulgação dos benefícios do seguro para famílias, empresas e sociedade em geral. Os programas de orientação, esclarecimento e divulgação deveriam ser mais bem observados por todo o mercado. Ações conjuntas entre seguradores, corretores, instituições e governo ajudariam muito no desafio de colocar produtos e serviços à disposição do mercado, a preços e condições possíveis aos consumidores.

Encerramos nossa breve entrevista para participar da festa, dizendo que minha visão do atual momento não poderia ser mais otimista. E você, caro leitor, o que acha do atual momento do mercado de seguros no Brasil e no mundo?



Adevaldo Calegari

Mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP)


Fonte: Revista APTS Notícias - ed. 112

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